sexta-feira, 7 de maio de 2010

1 ANO DO ACIDENTE ENVOLVENDO O EX-DEPUTADO CARLI FILHO

De repente, a frase “190 km/h é crime” se espalhou em adesivos pela cidade. Tratava-se de um silencioso protesto ruidoso. O ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, embriagado, havia acabado de se envolver em um acidente que causou a morte de dois jovens. De acordo com as primeiras notícias, o velocímetro do carro de Carli teria travado nos 190 km/h. A empresária Cristiane Yared, mãe de Gilmar Rafael Yared, um dos rapazes mortos, entrou em cena. Ela não se calou e se tornou símbolo da luta contra a violência no trânsito e a impunidade. Hoje, quando a tragédia completa um ano, Cristiane e familiares de outras vítimas de violência prometem fechar o trânsito no local do acidente.
    
O assistente de acusação e advogado da família das vítimas, Elias Mattar Assad, pediu que o juiz não espere os depoimentos e designe desde já a audiência final para ouvir o ex-deputado e decidir se Carli Filho vai ou não a júri popular. “A lei prevê que o juiz não precisa esperar as cartas precatórias para o processo andar”, explica Assad. No pedido, o advogado também solicita mais rapidez, uma vez que a legislação brasileira prevê que esta fase processual deve durar até 90 dias. Para o jurista Luiz Flávio Gomes, o processo está mesmo atrasado. “Às vezes atrasa um pouco, mas não tanto. Os juízes, em geral, têm observado esse prazo da lei”, diz.
A expectativa de Assad é que essa audiência final seja marcada para o fim de agosto ou setembro, e que o juiz decida mandar Carli Filho a júri popular. “É uma marcha inexorável. Esse caso será um divisor de águas e deve definir se casos assim são de competência do Tribunal do Júri ou não”, diz Assad. Na opinião de Gomes, o caso é mesmo para júri popular. Mas, antes que isso seja definido, o jurista acredita que a defesa levará a discussão até Brasília, no Supremo Tribunal Federal. O advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinki Neto, foi procurado pela reportagem, mas informou, por meio de sua secretária, que não falaria sobre o caso.(inf.Jornal Gazeta do Povo)

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