quinta-feira, 27 de maio de 2010

QUER PAGAR QUANTO?

Este era o famoso bordão utilizado pelas Casas Bahia, uma rede de lojas de eletrodomésticos brasileira. No comercial, o anunciante fazia a pergunta aos clientes, argumentando que as condições especialíssimas de pagamento só poderiam ser encontradas por lá. A fala chegou às ruas, a ponto de ser clichê. Tal pergunta se encaixa perfeitamente para o modo de como é executada a política no Paraná.

Pela segunda vez acompanho de perto uma eleição estadual por aqui. E considero um tanto quanto “estranho” o modo paranaense de fazer política. Começa eleição, termina eleição, as indecisões no período pré-eleitoral são as mesmas: candidaturas que naufragam, alianças que não se concretizam, polarização de candidatos para o Governo do Estado, arranjos para que Senadores sejam eleitos, entre outras.

Em 1994, Jaime Lerner (na época no PDT) e Álvaro Dias (no PP) travaram o principal embate, com Jorge Samek (PT) apenas como coadjuvante. Já em 1998, Roberto Requião (PMDB) foi o adversário do então governador Lerner (PFL). Cada coligação reuniu mais de 10 partidos. Destaco o PDT apoiando o grupo de Requião e o PPB (agora PP), em conjunto com o PL (atual PR), PSB, PPS e PTB coligados com Lerner.

Encerrado o mandato de Lerner, Álvaro Dias (então no PDT) enfrentou em 2002 Roberto Requião. A candidatura de Dias ainda conservava o PTB e o PPB no grupo, enquanto Beto Richa (PSDB, apoiado pelo PFL) Rubens Bueno (PPS), Severino (PSDB) e Roque (do PT, junto com PL) almejavam novos vôos políticos. Requião saiu vitorioso, reeleito posteriormente em 2006. Neste ano, Osmar Dias (PDT) reuniu o PP, PTB e o PSB na coligação, ao passo que o PSDB não apoiou nenhuma candidatura. O PT, com os aliados do pleito passado, lançou Flávio Arns. Rubens Bueno aglutinou o PFL em torno de sua candidatura, apoiando no segundo turno Osmar Dias.

Toda esta “salada de siglas” reflete bem o atual cenário político no Paraná. A indecisão paira em torno dos pré-candidatos, consequência de um passado sem posicionamento político, sobretudo. Os conchavos e as negociações financeiras imperam, deixando em segundo plano a discussão de políticas públicas que possam melhorar os municípios do Estado. Neste caso, quem paga mais leva. E ainda dizem que no nordeste existem oligarquias, voto de cabresto, compra de candidatos...
(postagem Maringá Mais)
Tiago Valenciano é graduado em Ciências Sociais e Mestrando em Ciências Sociais pela UEM.

2 comentários:

  1. kakakakaka...Rigon resolver trabalhar agora?

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  2. Tiago presisamos mais de pessoas como vc que estuda e remeche essa salada azeda que de 4 em 4 anos nos engolimos.Mas temos que levar isso ao povao pois e o povao que desidi nao é...essa e minha OPINIAO

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